segunda-feira, 19 de março de 2012

Novas drogas para o tratamento do Câncer de Próstata


Nos últimos 5 anos novas drogas foram incorporadas ao tratamento do câncer de próstata, este que é a neoplasia maligna mais comum entre homens. São elas:


Abiraterona (Zytiga) medicamento oral, que bloqueia a proteína CYP17A1, aprovado pelo FDA em abril de 2011. Droga efetiva no cenário de doença metastática resistente à castração, podendo ser utilizada antes ou depois da Quimioterapia baseada em Docetaxel.
Contras: alto custo. 
Vantagem: disponível no Brasil e tem cobertura pelos planos de saúde.
Vantagem: Toxicidade mínima.

Cabazitaxel (Jevtana) – quimioterápico, com ação sobre os mictotúbulos, aprovado pelo FDA em  junho de 2010. Utilizada em pacientes que já fizeram uso de quimioterapia com Docetaxel.
Contras: alto custo. 
Contras: toxicidade inerente aos quimioterápicos.
Vantagem: disponível no Brasil e tem cobertura pelos planos de saúde.

Sipuleucel-T (Provenge) – aprovada pelo FDA em abril de  2010, é um marco na Oncologia, uma vez que trata-se da primeira vacina contra câncer que mostrou-se eficaz no tratamento de pacientes com câncer. Está indicada para o tratamento de pacientes com doença metastática assintomática ou minimamente sintomática que tem doença resistente a terapia hormonal. A vacina é feita com o sangue do próprio paciente, este é coletado e são separadas as células de defesa do paciente, que daí são cultivadas e sensibilzadas contra uma proteína específica da próstata. Após, estas células são infundidas novamente no paciente.
Contras: Como cada dose de Provenge é única, ou seja preparada especificamente para cada paciente, o custo é enorme, cerca de 10x maior que o custo do tratamento com Jevtana ou Zytiga, que por sua vez já são altos. Não disponível no Brasil.

Enzalutamida (Xtandi) – medicamento oral, que inibe o receptor de andrógeno, aprovado pelo FDA em agosto de  2012.  Droga efetiva no cenário de doença metastática resistente à castração, podendo ser utilizada antes ou depois da Quimioterapia baseada em Docetaxel.
Contras: alto custo. 
Vantagem: disponível no Brasil e tem cobertura pelos planos de saúde. (No Brasil, até o momento, a ANVISA só aprovou o uso após quimioterapia com Docetaxel.  Toxicidade mínima.
Vantagem: Toxicidade mínima.


Radium-223 (Xofigo) – trata-se de agente radioativo emissor de partículas alfa, aprovado pelo FDA em abril de  2013, para pacientes com doença metastática resistente à castração, com doença óssea sintomática (sem metástase visceral), podendo ser utilizada antes ou depois da Quimioterapia baseada em Docetaxel.
Contras: alto custo. 
Contras: ainda não disponível no Brasil
Vantagem: Toxicidade mínima.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Terapia Cognitiva-Comportamental no controle de sintomas da menopausa

Fogachos e sudorese noturna (FSN) acomentem 65% a 85% das mulheres tratadas para câncer de mama.
A terapia de reposição hormonal é efetiva mas totalmente contra-indicada. Alguns medicamentos como clonidina, gabapentina e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (escitalopram) tem sido utilizados com alívio pequeno a moderado dos sintomas, mas com sintomas colaterais associados.
Trabalho randomizado com 96 pacientes, publicado em 14-02-12 (LancetOncology), avaliou o uso de Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) por 6 semanas versus tratamento usual em mulheres após tratamento do câncer de mama para avaliar eficácia no controle dos sintomas de FSN.
Terapia Cognitiva-Comportamental consistia em ensinar técnicas de respiração e relaxamento e de como lidar com os sintomas usando técnicas emocionais e de cognição (ex: evitar pensamentos negativos), 1x/semana por 6 semanas. A consulta era realizada por um psicólogo, com duração de 90 minutos, e o paciente tinha tarefas para realizar em casa.
As pacientes do grupo de TCC apresentaram redução importante da intensidade dos sintomas de FSS quando comparadas as pacientes do grupo controle. Não houve diferença da frequencia dos sintomas entre os grupos. As mulheres do grupo de TCC tiveram beneficios adicionais com a TCC, incluindo melhora do humor, sono e qualidade de vida.
Entretanto, os autores reconhecem que os efeitos positivos possam ser atribuídos ao efeito placebo decorrente de uma ‘’atenção adicional’.’
Implicações clínicas
  • Uso de TCC 1x/semana por 6 semanas em mulheres com sintomas da menopausa após tratamento do câncer de mama é associado com redução da intensidade dos sintomas de fogachos e sudorese noturna, além de melhorar a qualidade devida.
  • A terapia combinada com escitalopram e TCC pode ser uma estratégia interessante já que o primeiro é capaz de reduzir a frequência dos sintomas.