1 - O BPA aumenta o risco do câncer?
O bisfenol A (BPA) é
uma substância química utilizada para fabricação de plásticos. É uma substância
onipresente, sendo encontrada em uma gama de produtos de consumo, incluindo mamadeiras,
garrafas de água, brinquedos, telefones celulares e recipientes de alimentos,
bem como em revestimento de latas de alimentos e bebidas.
Investigação do Centro
de Controle e Prevenção de Doenças mostra que mais de 90% dos americanos têm
BPA em sua urina, provavelmente porque o produto químico pode liberado de
garrafas e latas.
Apesar de várias
evidências em modelos animais, um nexo de causalidade entre o BPA e o risco de
câncer em seres humanos ainda não foi confirmado.
Como reduzir a
exposição: Evitar plásticos que poderiam conter BPA. "O problema aqui é
que nós não sabemos o quanto o BPA é universal" Por exemplo, o
policarbonato é muitas vezes usado para filtragem industrial, por isso beber de
uma garrafa de vidro não significa necessariamente que o líquido é livre de
BPA.
Resposta: O nível de evidência para a
associação entre BPA e câncer é de plausível para provável, dada a forte
evidência em modelos animais.
2 – Telefones celulares podem causar
Câncer cerebral?
Apesar de 20 anos de
pesquisa investigando a ligação entre o uso de celulares e câncer de cérebro, a
opinião entre os especialistas é divergente. Alguns afirmam que um aumento do
risco é improvável, uma vez que as taxas de câncer de cérebro não têm aumentado
significativamente nas últimas décadas e que os telefones celulares não emitem
radiação poderosa o suficiente para danificar o DNA; enquanto outros acreditam
que estudos epidemiológicos investigando o uso de celulares mostram evidência
convincente de um risco aumentado da taxa de câncer no cérebro.
Em 2010 foram
publicados os resultados do maior estudo de caso-controle para explorar a
relação entre câncer e celulares. [INTERPHONE
Study Group. Brain tumour risk in relation to mobile telephone use: results of
the INTERPHONE international case-control study. Int J
Epidemiol. 2010;39:675-694]. O estudo envolveu pesquisadores
de 13 países ao longo de 10 anos, sendo 5117 casos de tumor cerebral e 5.634
controles. Os autores relataram uma redução do risco de glioma e meningioma em usuários
de telefones celulares regulares, mas um risco elevado para glioma em pessoas
relatando a maior exposição aos telefones celulares.
Em um estudo de 2011
publicado no JAMA, Nora Volkow, MD, pesquisador do cérebro e diretor do
Instituto Nacional de Abuso de Drogas, em Bethesda, Maryland, tentou determinar
se a energia de radiofreqüência pode alterar a atividade cerebral, colocando
telefones celulares próxima para os ouvidos de 47 participantes. Constatou que
apenas 50 minutos de exposição a um telefone celular ativado, em comparação com
um desativado, houve um aumento do metabolismo da glicose nas regiões cerebrais
mais próximo da antena. Os investigadores concluíram que, embora o estudo não
fornece informações sobre potenciais efeitos cancerígenos do uso do telefone
celular, ele revela que a exposição a telefones celulares pode afetar a função
cerebral em seres humanos.
De acordo com Véronique
Terrasse, um porta-voz da IARC-OMS, a agência classifica os campos eletromagnéticos
de radiofrequência produzidos por telefones celulares como possivelmente
cancerígenos para os seres humanos, com base em dois estudos epidemiológicos e
animais. A categoria é considerado "grupo 2B", que significa uma
associação causal é considerado credível, mas acaso, a predisposição, ou a
confusão não pode ser descartada.
Resposta: Plausível. A evidência é
mista, com um considerável debate e incerteza no campo.
3 - Adoçantes artificiais podem causar
câncer?
O que a ciência diz: Os
medos sobre os potenciais efeitos cancerígenos de adoçantes artificiais
continuam a persistir, apesar de um corpo atraente de evidências que mostram
que essa relação não existe.
Preocupações surgiram há
mais de 40 anos, depois que estudos indicaram que o adoçante à base de ciclamato poderia estar ligado ao
câncer, levando ao FDA proibir sua utilização.
Os dados sobre os
efeitos cancerígenos de outros adoçantes artificiais, como o aspartame,
formaram a base para conclusões semelhantes.
Os novos adoçantes
artificiais, incluindo acesulfame de potássio (ACK, Doce One®, Sunett®),
sucralose (Splenda), e neotame (Newtame®), foram também avaliados pelo FDA,
sendo que os resultados destes estudos não mostraram nenhuma evidência de que
esses adoçantes causam câncer ou representam qualquer ameaça para a saúde humana."
Resposta: Não há associação entre uso
de adoçantes artificiais e câncer.
4-
Pesticidas aumentam O risco de câncer?
A relação entre a
exposição a pesticidas e o risco de câncer continua sendo difícil de discernir.
Os agricultores e outras pessoas da força de trabalho agrícola tendem a ter
menores taxas de câncer em geral, que é em grande parte atribuída a seu estilo
de vida fisicamente ativo e as taxas de tabagismo mais baixas. Ainda assim,
certos tipos de câncer, principalmente-linfoma, mieloma múltiplo, e câncer de
próstata a ocorrer em maior freqüências nesta população.
O que dizem os
especialistas: De acordo com Paolo Boffetta, MD, MPH, diretor do Instituto para
Epidemiologia Translational e professor na Divisão de Hematologia e Oncologia
Médica e do Departamento de Medicina Preventiva da Mount Sinai School of
Medicine, "Para aqueles com altos níveis
de exposição aos pesticidas, o link é muito plausível para alguns tipos de
câncer, como o linfoma ou mieloma e, possivelmente, o câncer de próstata
também. Mas, para outros tipos de câncer, eu não acho que a evidência é muito
forte. Para os consumidores, o baixo nível de exposição provavelmente não faz
aumentar o risco de câncer. "
Para os consumidores,
não existe uma clara associação entre a exposição a pesticidas e o risco de
câncer. "Parece não haver um benefício dos produtos orgânicos, talvez
sendo mais importante lavar bem as frutas e ter cuidado com frutas específicas,
conhecidas como a “dúzia suja” (maçã, aipo, tomate cereja, pepinos, uvas,
pimentas, nectarinas, pêssegos, batatas, espinafre morangos e pimentões) que
têm níveis mais elevados de pesticidas ".
Resposta:
Plausível em pessoas com altos níveis de exposição (agricultores e aplicadores
de agrotóxicos), mas pouco provável em consumidores.
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